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Missão em Timor

Durante 3 anos estarei a fazer uma missão em Timor, pela Ordem dos frades menores capuchinhos, e neste blog tenciono contar todas as minhas aventuras e a percepção que vou tendo dos acontecimentos, tudo de uma forma peculiar que só eu sei viver :D



Quinta-feira, 20.12.12

Uma aventura em Dili...

Olá amiguinhos! Na quarta-feira (Dia 5) comecei a montar o presépio cá na casa. Foi uma coisa em grande, uma estrutura em forma de cabana feita com barrotes de madeira. O topo da cabana é quase da minha altura, por dentro a altura máxima chega-me até à cintura… custou, mas ficou bonito… Como não temos imagens suficientes para 3 presépios, só para dois (o da igreja e o que os carismáticos costumam fazer) tive que desenhá-las. Ficaram todas catitas… {#emotions_dlg.happy}

No dia seguinte fui para Dili, juntamente com o frei Filipe, a irmã Joana e o frei Jesuíno, a fim de tratar dos meus documentos para obter o visto de trabalho. A ordem era: «só voltas para Laleia quando tiveres a papelada toda entregue». Pensei que no sábado já pudesse regressar para dar continuidade aos ensaios do grupo coral que entretanto se reuniu para preparar a festa da tomada de posso do novo pároco de Laleia, o frei Filipe. Mas qual sábado, qual quê… agora que penso nisso só me dá vontade de rir… Foi um dia por papelada, demorei uma semana a ter tudo pronto… na quinta-feira, assim que cheguei a Dili, por volta das 9:30h fui direitinho ao seminário para ir buscar um documento que, erradamente, tinha entregue ao Sr. Padre Reitor para me inscrever no instituto filosófico-teológico. O frei Fernando ligou-lhe no dia anterior a avisar esperando assim que, mal eu chegasse fosse só pegar no documento e vir embora. O Reitor avisou logo que não ia estar por lá, mas que deixaria os documentos com o Padre Domingos Alves. A aventura começou quando lá cheguei e o Padre Domingos não estava e ninguém me sabia dar qualquer informação sobre o seu paradeiro, nem se voltaria ao seminário… Corri por todo o lado, perguntei a toda a gente até que finalmente encontrei uma rapariga que me deu o seu contacto. Liguei-lhe, ele atendeu e, depois de me identificar, ele diz-me “Estou à porta da casa do Bispo, vou ter agora uma reunião com ele, mas quando sair ligo-te e vou ter contigo ao seminário para te dar o documento”… resumindo: fiquei até às 11:30 à espera que ele chegasse… Começou a dar-me a fome e fui, juntamente com o frei Jesuíno, comprar comida. Depois de ter escolhido 1garrafa de água, uma lata de sumo e umas bolachas perguntei o preço e o empregado diz-me“1 e um quarto dólares” “4 dólares?” achei muito caro, mas como tinha fome… apresentei-lhe 4 notas de um dólar, ele assustou-se e começou a dizer que era muito… estranhei e perguntei ao frei Jesuíno o preço “1 dólar e 25 centavos (=1/4 dólar)”… suspirei de alivio e soltei uma valente gargalhada… paguei e voltei ao seminário… entretanto chegou o Padre, peguei no meu documento e apanhei um táxi em direcção ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para pegar na requisição para o pedido de visto de trabalho…

Chegado à porta do MNE fui barrado à entrada, porque estava de calções. Perguntei se o frei Jesuíno podia entrar, visto que estava de calças, mas também não deixaram, porque estava de chinelos. Apesar das minhas insistências não nos deixaram mesmo entrar até que o segurança teve a brilhante ideia de ir ele lá dentro comprar os documentos. Eu concordei e saquei de 70 dólares (foi o que o frei Filipe me tinha dado para tratar dos documentos) e o rapaz assustou-se, disse-me que os documentos custavam 1dólar cada e mais uma vez descasquei-me a rir… Dei-lhe os 3 dólares e foi aí que o homem se lembrou que já era meio-dia e o guiché estava fechado para almoço, só reabria às 14h… Desanimado fui almoçar um belo de um hamburger num restaurante perto com vista para o mar e sem chuva nem frio como em Portugal, pelo contrário, calor… muito calor… (isto foi só para vos meter inveja) {#emotions_dlg.sol} Regressei ao MNE às 14h em ponto, mas ainda tive de esperar meia hora pela chegada da menina do guiché (não são muito de cumprir os horários de entrada, só os de saída). O segurança foi comprar os documentos, que afinal custavam 50 centavos cada, e em vez de 3, com lhe tinha pedido, trouxe-me 4… ao que parece no guiché não tinham 50centavos para dar como troco… Apanhei um táxi, já farto de apanhar grandes secas e fui para o hospital a fim de tirar uma declaração médica… Chegamos lá ao mesmo tempo que o frei Filipe e a irmã Joana, que foi bom, porque se ia apanhar uma seca ao menos tinha gente com quem conversar… Mas não, nem quis acreditar, desta vez foi entrar, pegar o documento, feito na hora, e sair, parecia um milagre… até o médico que assina esses documentos tinha acabado de chegar… Deus é grande e viu o meu desespero pelas secas que detesto apanhar… é certo que ter amigos também ajuda e o enfermeiro assistente do médico que assina as declarações é de Laleia e muito amigo dos capuchinhos… {#emotions_dlg.blink} Fizemos mais umas compras e fomos para Tibar, onde fui recebido pelo frei António Pojeira envolto em trevas devido à falta de luz, para me deixarem por lá para no dia seguinte continuar a minha demanda em busca de todos os documentos necessários…

Durante o jantar perguntei ao frei António (guardião da fraternidade de Tibar) como ia ser o programa para sexta-feira, ele riu-se e disse-me “está tudo fechado, amanha é feriado”… desesperei… iria ter de passar o fim de semana em Tibar sem nada para fazer e sem luz… {#emotions_dlg.serious}

Na sexta-feira (Dia 7) aproveitamos o facto de só a função pública fechar nos feriados para tirar algumas cópias e fotografias, sempre já se adiantou alguma coisa… mas os progressos eram poucos…  A electricidade voltou no sábado, para grande alívio da minha pessoa… e assim pude aproveitar o tempo para desenhar as imagens do presépio de Laleia, organizar os trabalhos e sebentas escolares que tenho no computador e colocar a leitura em dia. Como não podia avançar por não ter o registo criminal comigo (um dos itens obrigatórios) na segunda-feira não saí de casa. Na terça-feira (Dia 11) voltei a Dili, logo pela manhã, com esperanças de poder resolver tudo nesse dia, mas o grande impasse deu-se na embaixada portuguesa. Até agora uma simples autenticação da cópia do passaporte fazia-se na hora, mas as coisas mudaram e agora só através de marcação… deram-me um cartão com o nº da embaixada e comecei a ligar… tive uma hora a tentar que me atendessem a chamada, sempre interrompido à excepção de 3 vezes, duas tocou até a chamada cair e à 3ª, comigo já desesperado, lá atenderam: “Bom dia, eu queria fazer uma marcação para autenticar a fotocópia do meu passaporte para obtenção de visto de trabalho” “Com certeza, fica para quinta-feira às 16h”… meti as mãos à cabeça, só quinta-feira? Com um pouco de azar iria passar mais um fim de semana em Tibar e perder a grande festa da tomada de posse do novo pároco de Laleia… Dirigi-me à embaixada na quinta-feira (dia 13) como combinado (desta vez fui sozinho e até fui eu a levar o carro, já começo a conhecer estas ruas {#emotions_dlg.happy}) faltavam 15min para as 16h. Dei o meu nome na recepção, o recepcionista identificou-o na lista e pediu-me que aguardasse a minha vez… Sentei-me ao lado de um casal de portugueses e meti conversa com eles… Nesse momento apercebi-me de uma coisa, apesar de ter hora marcada, as pessoas são atendidas pela ordem de chegada. O casal tinha marcação para as 16:30h e foram atendidos primeiro que eu…

O recepcionista chamou o casal chamou o casal para que pudessem subir para o andar de cima… passados 5min chamou-me a mim e lá fui eu… subi as escadas e entrei para uma outra sala de espera, onde, para além do casal português, se encontravam outras pessoas à espera de serem atendidas… O homem que nos encaminhava da segunda sala de espera para os escritórios tinha um ar carrancudo que até metia medo… Ele encaminhava as pessoas para os escritórios à medida que estes iam ficando vazios e foi aí que percebi que o homem não tinha noção qual a ordem de chegada das pessoas… Comecei a ver gente que tinha chegado depois de mim a ser atendida primeiro e passei-me… reclamei e foi aí que ele percebeu o erro… assim que um dos escritórios ficou vazio, o homem lembrou-se do erro que cometeu e enviou para lá outra pessoa que não eu… Passei-me outra-vez… eu ali há 45min para ser atendido e nada… fui reclamar com o homem e disse-lhe “desculpe mas isto assim não pode ser, você não está a encaminhar as pessoas segundo a sua ordem de chegada… o próximo vou ser eu e ponto final” e assim foi, dirigi-me para um dos escritórios e sentei-me numa confortável cadeira de rodas, que muita diversão me proporcionou naquele escritório, enquanto era atendido por uma simpática funcionária… Com todo este tempo perdido eram 17:45 quando saí de lá… não tive tempo de ir ao MNE e muito menos de entrar no único shopping em Timor, o Timor Plazza…

Sexta-feira (Dia 14) era o dia derradeiro para acabar de tratar de tudo… tinha o dia todo só para entregar os documentos no MNE… Se os documentos fossem aceites, nesse mesmo dia regressaria a Laleia e poderia assim estar presente na tomada de posse… estava nervoso… vesti a minha melhor camisa e as minhas melhores calças, mas estava preocupado com as sandálias, não podia voltar a ser barrado à porta do MNE… como precaução levei o Tau de fora para mostrar que era missionário (os timorenses têm um carinho especial pelos missionários) e, pelo sim pelo não, um par de sapatilhas na mochila caso não permitissem entrar de sandálias… Cheguei à porta do MNE, dirigi-me ao segurança e diz-me ele “Para entrar? Assine o livro de registo e entregue-nos um documento seu oficial” nem quis acreditar, não puseram objecção nenhuma, fiquei surpreendido… dirigi-me ao guiché, esperei cerca de 10min e fui atendido… a mulher verificou todos os documentos e fotocópias que lhe entreguei e voilá assunto resolvido, daqui a um mês terei o visto de trabalho que me permitirá permanecer durante 3 anos em Timor sem problemas… {#emotions_dlg.happy} Enquanto estava a ser atendido encontrei o frei Filipe que me disse que ia ser difícil levar-me para Laleia nesse dia, porque o carro estava cheio… insisti, até me ofereci para ir na mala (o que seria muito mau para mim, porque ela estava cheia) e ele disse-me que ia analisar o caso… estava eu em casa, depois do almoço, desanimado e a estudar a hipótese de ir de microlete (uma Van pequena adaptada para levar muita gente como se fosse um autocarro. Aquilo é demasiado apertado e abafado) quando recebo um telefonema do frei Filipe a dizer “prepara-te, vou-te aí buscar agora mesmo” em 5min tinha as malas feitas… estava eu a acabar de as pôr à porta de casa quando chegou o frei Filipe para me pegar acompanhado pela irmã Joana e pelo irmão Rafael… Dirigimo-nos para Dili para pegar o irmão Pedro e o irmão Camilo e fomos para casa… não foi preciso ir na mala, apesar de irmos 4 no banco de trás… tavamos tão apertados que a porta só fechou à 3ª tentativa… estávamos mais apertados que as sardinhas enlatadas, os irmãos Rafael e Camilo iam colados à porta, eu ia com as pernas junto da caixa de velocidades e o irmão Pedro ia sentado algures entre as costas do banco do pelintra e o banco de trás, mas apesar do desconforto foi o sentido de humor que reinou na viagem toda… {#emotions_dlg.happy} Chegados a Laleia o irmão que mais se queixou foi o irmão Pedro que, devido à má posição que veio durante a viagem toda ficou com o rabo inflamado, tão vermelho que ele estava parecia um babuíno (palavras dele, não minhas) {#emotions_dlg.clown}

Paz e bem amiguinhos! Estaremos juntos na oração e no coração {#emotions_dlg.heart}

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por missao em timor às 05:28

Quarta-feira, 12.12.12

As mulheres e as suas fobias...

Olá amiguinhos! Continuando o desenvolvimento da última semana, depois dos aniversários do irmão Rafael e do frei Nicolau, da visita dos familiares do frei Nicolau, das minhas apetitosas refeições e da visita do grupo de estudantes missionários, novos rostos apareceram no meio de nós para nos ajudar na nossa missão.

Na quarta-feira (dia 28) acolhemos, no meio de nós, um jovem, o Carlitos, vindo de Ossu querendo experimentar o sabor da nossa vida capuchinha. Com todo o gosto o acolhemos e connosco permaneceu durante uma semana. É um rapaz interessante, inteligente e com sentido de humor. Participou em todas as nossas actividades e disponibilizou-se para nos auxiliar em tudo o que precisássemos. Que Deus o abençoe e que ele cresça em graça e sabedoria e que o torne um santo frade capuchinho.

No dia seguinte foi dia de mais “visitas”. A chegada de mais dois missionários portugueses, o Camilo e o Pedro, ambos de Braga. O Camilo é engenheiro e o Pedro enfermeiro. Dois rapazes fantásticos, com grande sentido de humor e cheios de vontade de nos auxiliar em tudo o que precisarmos. Têm sido incansáveis… E claro, quando se mistura uma tarde de descanso, 3 portugueses e 3 computadores com internet só pode dar em tarde de vício nos jogos online… {#emotions_dlg.bunny} Foi assim que nós os 3 passamos a tarde de Domingo, depois de uma manhã a alimentar espiritualmente a comunidade de Laleia…

Como a vida não pode ser só trabalho também é preciso parar para reflectir e escutar a voz de Deus. Sendo assim, no dia 1, os pós-noviços (eu e os 3 timorenses) e o frei Hermano Filipe fomos participar num retiro espiritual, só para religiosos, no colégio salesiano na Diocese de Baucau… O retiro contou com todos os religiosos (ou quase todos) da Diocese de Baucau. É sempre muito bom reencontrar esta grande família de religiosos, de trocar experiências e de nos divertimos como uma grande família de Deus que somos. Para mim o retiro foi mais uma espécie de travessia do deserto (apanhei uma grande seca durante a exposição do tema) misturada com o Pentecostes (o pregador não disse uma única palavra em português, só usou o tétum e duas ou três palavras do inglês)… felizmente Deus abriu-me o entendimento e consegui perceber a ideia da pregação, mas não foi fácil… {#emotions_dlg.happy} Depois de enchermos o espirito fomos encher a barriga… um lanche à maneira cheio de coisas boas, só larguei a mesa, porque o pessoal começou a dirigir-se para o local onde iria haver confissões e a celebração da eucaristia… {#emotions_dlg.happy} Chegada a hora das confissões quem é que estava disponível para me atender? Um padre indonésio… Ele não falava português, eu ainda não falo fluentemente tétum, só restava uma língua, o inglês… {#emotions_dlg.smile} E comecei eu: “Sorry bro, i’m a big sinner” (em português: “Desculpa mano, sou um granda pecador”)… Estou a brincar, confessei-me em inglês, mas num inglês correcto {#emotions_dlg.bunny} Depois de celebrada a eucaristia veio o grande almoço… Durante o almoço, ao falar com uma irmã timorense que residiu durante dois anos em Portugal, ela contou-me que ficou desiludida com o natal em Portugal… Tanto alarido em volta desta grande festa, tantas cerimónias e expectativas para no final comer bacalhau cozido com batatas cozidas… Habituada a ver, nos dias de festa, muita e variada comida ficou desiludida quando viu a nossa ementa natalícia… {#emotions_dlg.no}

De regresso a Laleia, depois do retiro, paramos numa pousada com esplanada, em Baucau, para tomar algo fresco… Enquanto esperava que fosse atendido reparei num grande alarido a acontecer dentro do estabelecimento era um português, o Carlos, que trabalha lá na construção, que estava a assustar as empregadas da esplanada com um toké, um bicho parecido com o sardão. Elas gritavam, elas corriam, tentavam fugir do português, mas não havia hipóteses, elas só de olhar para a mão do Carlos, que segurava o toké, borravam-se de medo… Pelos vistos o toké em Timor é como as baratas em Portugal, não fazem mal nenhum, mas as mulheres fogem deles como o diabo foge da cruz… As raparigas estavam tão apavoradas que foram esconder-se dentro da casa de banho e uma até desmaiou lá dentro (segundo o que elas dizem)… Entretanto o Carlos decidiu dar umas tréguas às raparigas e largou o toké… dentro da esplanada junto da casa de banho delas… ahahah {#emotions_dlg.bunny} Depois de meia hora disto lá fui ajudar o Carlos a pegar no bicho que entretanto já tinha apanhado com uma vassourada das raparigas, coitado do bicho… Devolvi o bicho à natureza, as raparigas saíram da casa de banho e ficamos todos à porta da esplanada na conversa. Depois de tudo resolvido, regressamos todos a casa numa viagem tranquila… {#emotions_dlg.happy}

Paz e bem amiguinhos! Estaremos juntos na oração e no coração{#emotions_dlg.heart}

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por missao em timor às 02:56

Domingo, 02.12.12

O regresso do MasterChef...

Olá amiguinhos! Depois da chegada do Fr. Filipe e de termos celebrado o aniversário do Irmão Rafael (dia 22), a única coisa que nos ocupava a cabeça era a preparação do aniversário do Fr. Nicolau que seria no sábado (dia 24). Como é óbvio, não podia ser menos sumptuoso que o celebrado no dia 22. Primeira dúvida: Quem faz o bolo? Padarias está fora de questão, porque não existem, logo teremos de ser nós a fazer… As missionárias descartaram-se logo dizendo que o aniversariante é frade, logo têm de ser os frades a fazer… estávamos tramados, o mais perto de um bolo que fizemos até agora foi pão e celebrar um aniversário com pão está fora de questão… {#emotions_dlg.happy} Chegamos à conclusão que ninguém sabia fazer bolos, até que me lembrei que há uns bons anos atrás eu tinha feito um bolo, afinal já havia alguém com experiência… {#emotions_dlg.happy} Comecei a preparar tudo desde véspera, para ter a certeza que não faltava nada. Procurei uma receita simples de um bolo de laranja no maior livro de receitas do mundo, o Google e encontrei a receita de um bolo de laranja. Fiquei todo entusiasmado, até porque os ingredientes eram básicos e as medidas eram por canecas, não por peso. Sábado de manhã, depois do pequeno-almoço, comecei a pôr mãos à obra e foi aí que me lembrei… Eu nunca vi nenhuma laranja em Timor, como é que vou fazer um bolo de laranja sem laranjas? E foi aí que a porca torceu o rabo… Puxei pela cabecinha e voilá… como quem não tem cão caça com gato, em vez de laranjas usei sumo concentrado de laranja, tipo Sunquick… Resumindo: O bolo ficou uma maravilha… ficou tão bom que me tornei o pasteleiro oficial da fraternidade de Laleia… Estão todos ansiosos que chegue o Natal (é a festa mais próxima que existe) para que eu faça mais bolos… {#emotions_dlg.blink} O aniversário foi celebrado em família, tal como tinha sido o do Fr. Rafael, incluindo o protocolo e os discursos feitos pelo Fr. Hermano Filipe e pela irmã Ana no qual aproveitaram para elogiar a personalidade trabalhadora do Fr. Nicolau e lhe desejarem força neste seu inicio de caminhada como Pós-Noviço rumo à integração total na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. De noite tivemos a tão alegre visita da mãe e dos irmãos do Fr. Nicolau e, claro, mais uma vez se cantou os parabéns e se comeu mais bolo… {#emotions_dlg.sarcastic}

Segunda-feira de tarde decidi cozinhar o jantar… Fui à dispensa, saquei de uma lata de feijão e de outra lata com vários tipos de carne para fazer cozido à portuguesa, descasquei umas batatas e uma cenouras e fiz uma bela de uma feijoada à transmontana… Eu sei que para a noite é pesada, mas tava tão boa e soube tão bem que não sobrou nada para o dia seguinte… Durante a refeição aproveitou-se para tratar dos detalhes para a recepção de um grupo de 19 estudantes australianos que, em vez de irem gastar dinheiro em hotéis e noitadas que por vezes acabam mal, decidiram usar o dinheiro da sua viagem de finalistas para fazer uma acção humanitária por Timor. Uma iniciativa fantástica de um grupo de jovens fabulosos. Durante essa preparação, e em tom provocatório, o Fr. Hermano mandou a indirecta “E para o almoço, bem que se podia fazer uma feijoada como esta…” meti as mãos à cabeça e arrependi-me logo de ter cozinhado nessa noite, logo eu que não gosto de cozinhar… Mas aceitei o desafio e lá cozinhei uma bela de uma feijoada para 29 pessoas… Tal como tinha acontecido no dia anterior também limparam tudo… duas terrinas cheias de feijão e carnes variadas, 4 travessas de arroz e um acompanhamento feito de papaia verde cozinhada, muito bom também… Quanto mais houvesse mais se comia… durante o almoço ainda ouvi uma australiana comentar: “I can't believe it, this is really good, i wasn't expect it" Em português: “Não acredito, isto está mesmo bom, não estava nada à espera”… ah pois é, O MasterChef está de volta ao activo e sem dedos cortados, ah pois é… {#emotions_dlg.lunch}

Entramos este domingo no advento, o que significa que está a chegar o natal e cada vez mais se aproxima a minha ida para Tíbar, fraternidade onde viverei os próximos 3 anos...

Paz e bem amiguinhos! Estaremos juntos na oração e no coração {#emotions_dlg.heart}

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por missao em timor às 12:28


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